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VEM A MAÇORES, DESAFIAMOS-TE A ESPETAR UM PREGO NA NOSSA ASSOCIAÇÃO.

MAÇORES É A 1ª ALDEIA DO CONCELHO DE TORRE DE MONCORVO A INTRODUZIR O DESAFIO DO PREGO.

APARECE SE FORES CAPAZ! ALIÁS, APARECE SE ÉS HABILIDOSO.

TRAZ SÓ A HABILIDADE, PREGOS E MARTELO TEMOS CÁ NÓS!!
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 Relato de um Incêndio

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MensagemAssunto: Relato de um Incêndio   Relato de um  Incêndio Icon_minitimeQua Ago 29, 2007 12:43 am

Maçores está de luto






Torre de Moncorvo, vinte e seis de Julho de dois mil e quatro, quinze horas e vinte minutos.



Soou a sirene dos Bombeiros de Torre de Moncorvo no alto da estrutura metálica em forma de torre desse quartel. Dali a uns instantes, pode-se ouvir a sirene, desta vez, do veículo pesado que se deslocava em auxílio doutros que já se encontravam no local do incêndio.

O calor é demasiado. À hora que os Bombeiros saíram, não havia quem pudesse estar na rua. De vez em quando, sentia-se um sopro de vento vindo usualmente de coordenadas e energia diferente.

Depressa se constava na Vila que o incêndio era no cabeço da Santa Eufémia em Felgueiras. Houve até quem afirmasse que tinha tido origem, numa queimada efectuada no cimo desta freguesia.

Mas dos lados de Moncorvo não restaram duvidas que o fogo era atrás da serra. Uma nuvem espessa de fumo branco alternada por outra de fumo escuro, cobriam a Vila. Logo os Moncorvenses, julgaram que iriam assistir novamente a mais um trágico acontecimento idêntico ao do ano passado, ocorrido no dia três de Agosto, que relembro, foi o dia que o Inferno circulou por cima dos residentes da Vila, quando viram a Serra do Reboredo arder.

Quando se trata de incêndios, lá para trás da Serra, geralmente, a intuição diz-me que, há-de ocorrer sempre algo de maléfico. E lá fui. Saí de Moncorvo e fui para o cimo da serra, entre o Carvalhal e Felgueiras. Estacionei o carro no largo lá existente e permaneci com muitos que já ali se encontravam pelas mesmas razões, para ver o fogo.

Ora, sinceramente, o incêndio era junto do povo de Felgueiras. Os terrenos de mato rasteiro e pinheiros existentes nas proximidades do cabeço do Santuário, tinham já sido devorados pelas chamas. O fogo caminhava agora em duas frentes, uma em direcção ao cruzeiro da Serra, ou seja, pelo Vale acima e que poderia cursar rumo à Serra do Reboredo e a outra, tinha já contornado os terrenos adjacentes ao local de romaria de Felgueiras e subia a encosta de encontro à Portela de Maçores.

Como ali não estava a fazer nada de contributivo, entrei novamente no meu carro e de marcha moderada mudei-me para a nossa portela. Enquanto atravessava Felgueiras, apercebi-me que a população não dava grande importância ao incêndio que consumia a área desta freguesia, o que me levou a qualifica-los de insensatos por não acudirem a tamanha aflição, mais que não fosse, indicando aos Bombeiros quais os melhores trilhos para se aproximarem das labaredas e poços de agua para se proverem.

Esperançado na extinção da devastação via enquanto passava, viaturas dos Bombeiros de incorporações vizinhas que nos acudiam e abasteciam água em camiões de apoio, estacionados em locais provavelmente estratégicos.

Foi em Felgueiras que vi a primeira pessoa preocupada em auxiliar os Bombeiros de estrutura alta e calvo, na sua pick-up azul escura, pessoa obrigatoriamente conhecida por nós Maçoranos. Parei, perguntei-lhe que tipo de ajuda era necessária e recebi dele a indicação que nada poderíamos para já fazer, a não ser irmos para a Portela e não deixar que o fogo passasse a estrada municipal em direcção à Fraga da Maceira.

Lá fomos então. Cada um em seu veículo, de maneira que não estorvássemos aos carros de combates às chamas, que seguiam na nossa frente.

Depois de termos colocado, na Portela, os carros seguros e sem embaraçar o trânsito e os Bombeiros, juntamo-nos a muitos, grande parte deles de Maçores que já lá estavam também prontos para coadjuvarem com os Bombeiros. Não paravam de chegar viaturas de combate aos incêndios para o local. O fogo estava ainda, no cimo da serra, ou seja, no cume. De frente única mas extensa, marchava a passo lento e firme em direcção ao cimo do Cochicho. Parecia um fio de fogo estático. Da estrada, via-se uma extremidade do lume na Fraga da Pinga e a outra a dobrar o monte para a aldeia de origem do incêndio.

Tranquilidade absoluta. Não corria nenhuma brisa de vento. De vez em quando, o vento soprava de mansinho em sentido desfavorável ao lume, deixando-o a marcar passo, como se usa na gíria militar.

Soube-se que estava iminente a chegada de uma máquina de rastos, vulgarmente designada por Caterpillar, que com recurso ao bulldozer abriria um corta-fogo, originando à extinção das chamas.

De repente e com o principio do fim da tarde, começou o vento a soprar de modo incerto, ora fraco vindo de Maçores, ora forte vindo de Felgueiras. Continuava a ser muito o calor. Os Bombeiros assistiram de longe ao avançar das chamas. Tardava em aparecer a prometida máquina. Olhou-se para estrada ao pé do Cochicho e lá se viu um pesado articulado carregado com o salvador engenho. O vento insistia. Incrédulos com tal mudança de tempo, olhávamo-nos uns nos outros e depois para os Bombeiros e comentávamos com a demorada chegada do camião. Orientávamos os soldados da paz da existência de uma rodeira, já escondida pelos arbustos que os conduziria às labaredas. Não sabendo porquê, ficou-se com a impressão, que até mesmo eles, não estavam com grande à vontade para apagarem o fogo, havendo até quem dissesse que os Bombeiros são que são profissionais e que sabiam se deveriam de se deslocar até às chamas ou não.

Após estas trocas de palavras foi óbvio que o povo presente esperou pela vinda da máquina, pois só esta traria a certeza que aquela ameaça teria fim. Passaram-se dez minutos mais ou menos, já o semi-reboque e o seu tractor chegavam ao cume. Depois de descarregada a peça, foram indicadas ao seu manobrador quais as características do relevo, deslocação do vento e intenções dos Bombeiros, no que diz respeitam ao rompimento do corta-fogo.

O vento raivoso soprava com mais força, empurrava o fogo para o cimo do Cochicho. A máquina entrara em funcionamento. Limpou com a lâmina frontal o mato de estevas e carquejas. Rapou o mato superficial da terra expondo e arrastando de onde em onde, seixos que até então nunca tinham visto a luz do dia. A acompanhar a máquina, estendia-se uma mangueira que à medida que se avançava no terreno, o voluntário dirigia agua para as chamas, dominando-as. Mas, infelizmente depressa terminaram com essa forma excelente de actuar. O motivo é simples, falta de água. Sem termos dado por conta, desapareceram a maior parte dos carros que tinha chegado na mesma altura que eu. Faltou a agua, depressa se abandonou o serviço que se estava a fazer.
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MensagemAssunto: Re: Relato de um Incêndio   Relato de um  Incêndio Icon_minitimeQua Ago 29, 2007 12:44 am

O fogo encaminhava-se linha de água abaixo. O receio de que não ficávamos por aqui era já visível por nós. Conscientemente concordamos na totalidade, que da maneira como estava o vento, ou seja, a empurrar o fogo para baixo, que não era preciso vento algum para que fosse trazido, o fogo, em direcção à estrada e deste modo atravessá-la. Se bem o pensamos, melhor o diabo o fez. O vento começara então a soprar de vários lados. Visualizamos então, todos os que lá estávamos, as imagens mais fantásticas da Natureza. Procurei na altura, confesso, a minha máquina de fotografar para registar tais reproduções únicas. A inconstante direcção do vento no cimo da Serra, encontrava-se a nosso ver, com outras de rumo diferente. Tal embate de ventos sobre a frente de fogo, causava um remoinho, surgindo espectacularmente uma espécie de furacão, que nos impressionava, provocando tamanha admiração, parecia que se alvorava o comandante das chamas, dando ordens ao fogo que azimute seguir.

Carros dos Bombeiros esperavam a frente na estrada. Seguramente retiramos daquela ameaça as nossas viaturas. A estrada tinha sido cortada pelas autoridades assistentes. Eram cada vez mais os furacões de fogo que se rebelavam. De vez em quando eram também visíveis furacões de fumo escuro. Foi exacto o sítio provável que apontamos, caso o vento mudasse e empurrasse o fogo para a estrada. Nesse mesmo sítio foram colocadas as viaturas dos Bombeiros. Ventos fortes obrigavam o fogo a subir. As labaredas trepavam pelas cascas dos pinheiros resinosos até à ramagem verde, com aquele abrasamento estouravam as pinhas. Os postes de madeira que sustentam os fios do telefone, secos que estavam não resistiram também e foram consumidos, o revestimento dos fios foi derretendo e depois também ardeu. Era bastante o fumo. Fagulhas de cinza bailavam no ar. Nisto olhamos para as chamas. Estas tombavam já por cima da estrada, como que se sem medo, faziam frente aos Bombeiros. Num ápice o fogo atravessou a estrada, mesmo por cima daquele aparato todo. Era grande o risco de terem ali as viaturas dos Bombeiros, tanto assim, que não hesitaram em sair apressadamente daquele sítio.

Marchava agora vitorioso, o fogo, do lado de cima da estrada orientando-se para a Fraga da Maceira. Eram mais repetidos os furacões de fogo. Definitivamente descemos a nossa Serra convictos que seria desta vez que o Monte Ladeiro arderia. Sim, todo este esclarecimento foi para elucidar que o fogo caso passasse para o lado de cima da estrada, como efectivamente passou, face ao estado de como a zona envolvente do Monte Ladeiro se encontra, em pleno abandono e não ordenada, cheia de mato, estevas, pinheiros, sobreiros, vegetação tão grande que tinha partes que chegavam mesmo a encobrir uma pessoa, tornando impossível de avistar o que quer que fosse à nossa frente. Como ali não quiseram os Bombeiros a nossa ajuda, entrei no carro e fui para a entrada da aldeia, para perto do Cochicho, dos melhores locais para assistir ao caso.

Ora, chegado ao Cochicho, estacionei o carro e aproximei-me de mais pessoas que tiveram a mesma ideia que a minha. O fogo quedou-se a marcar passo no Alberdiz, depois de ter consumido a área envolvente da Fraga da Maceira. A frente que descera o Cochicho, torneara então em direcção ao caminho velho da Vila em cadência suave. Um tractor de Felgueiras com uma cisterna rebocada surgiu na nossa presença procurando nas proximidades tanques com água. Estava espelhado que esta angústia teria de ter termo e que para tal, muito nos teríamos de sacrificar, ajudando. Aproximava-se a hora de jantar. Fui chamado para ir comer. Entrei novamente no carro e lá fui. Esperava-me a refeição em cima da mesa. Após esta pausa física, sim, porque, continuava a pensar, que o incêndio chegaria efectivamente ao Monte Ladeiro e interiormente isso, dificultava-me a ingestão alimentar. À pressa, em casa, procurei a farpela mais desusada que tinha e aprontei-me para seguir viagem para a curva do Camões com o meu sogro, que à pressa tinha já, realizado a inversão de marcha ao jipe. Largados no local, sem qualquer utensílio, deslocamo-nos por uma das rodeiras de terra batida, de encontro ao Caterpillar, que com dificuldade, tentava deslindar uma saída para extinguir o fogo. Já a meio da encosta pode-se ouvir o badalar dos sinos da nossa igreja. Era sinal que o incêndio se preparava para entrar na mata, mas, em simultâneo, que era necessária a ajuda do povo, que este deveria reunir esforços para amassar as labaredas. Lá de cima, nós os dois, auxiliares para o que fosse preciso, olhamo-nos, e satisfeitos, julgamos que assim que o povo acudisse ao chamamento, depressa púnhamos o fogo em cinzas. E lá continuamos serra acima de encontro com a máquina. Chegados lá e junto desta já se encontrava um Maçorano para além do respectivo maquinista. Como era de noite, o maquinista, tinha então dificuldade, em progredir no terreno, uma vez que não o conhecia. Recebeu o maquinista dos mais velhos, a indicação para nos seguir com o veículo. Bastante iluminado, quer na parte frontal quer na traseira, iniciou o passo, aquela central eléctrica, pela rodeira, para o ponto mais alto do Monte Ladeiro. Do cimo, conseguia-se ver a frente do incêndio cada vez mais próxima do arvoredo em que tanto orgulho temos. O vento soprava de modo a atrasar a sua chegada e dava-nos a vantagem de prepararmos o terreno. Depois de atingirmos o cume, orientamos o maquinista que era imprescindível abrir um corta-fogo na direcção do Alberdiz. Entramos pelo meio daquela vegetação agitando os braços, sinalizando dessa forma ao manobrador que teria de seguir pela rota que lhe indicávamos, porque com aquela escuridão e com o pó que a bulldozer levantava, era-lhe impossível de ver, o que quer que fosse à sua frente. Chiavam as lagartas, roncava o motor e cheirava a queimado da embraiagem ao mesmo tempo que acelerava infinitas vezes o maquinista. O chão estremecia por debaixo de nós sempre que os amontoados de pedras lá existentes eram sacudidos pela lâmina da máquina. De vez em quando, no meio do pó e da luz, no chão, viam-se as carquejas abanar e a ceder passagem, parecendo à primeira vista, tratar-se de algum javali que rompesse o mato, mas não, eram aqueles seixos arredondados que ao serem acariciados pela locomotiva de rastos, percorriam à deriva, até ao primeiro sobreiro onde embatessem e que lhes travasse o andamento. Para trás ia ficando um largo corta-fogo. Nós, apeados, guiávamo-nos pelos sobreiros. Na noite escura, batendo o terreno, tropeçando nas pedras e calços, ferindo-nos nas silvas que na escuridão se camuflavam, apalpávamos o melhor terreno para que enfim, a máquina pudesse mais rapidamente executar o serviço, bem, foi sem dúvida um cabo dos trabalhos, porque ainda a meio do trajecto, estávamos a ver que tínhamos de fugir dali, em virtude de a máquina, parecer não ter embraiagem, o que obrigava, a um possível abandono da incumbência. O que é certo, é que conseguimos atingir o lugar pretendido. O fogo poderia vir que de certeza que poucas hipóteses teria de entrar na mata. Com a noite a acentuar a visualização da linha de fogo e com o vento que soprava de modo contrário ao avanço das chamas, demos por concluída a missão o que fez com que saíssemos desse local e procurássemos outro, onde a nossa ajuda fosse ainda necessária. Descemos a mata. Na curva do Camões encontravam-se duas pessoas com duas viaturas. Dois dedos de conversa e vai-se a ver, ficamos a saber que quando alguém, resolveu ir e muitíssimo bem, tocar os sinos a rebate, que sempre foi sinónimo de ajuda, de reunião do povo, que qualquer motivo existe que o ameaça. Ora, desta vez não foi bem assim. Não foi não senhor. Desta vez tocaram-se os sinos a rebate para a população desta freguesia vir, oportunamente à janela para assistir ao incêndio que, pois, estava prestes a consumir a mata, orgulho de todos os Maçoranos. Sim, acredite que desta vez, e tal como aconteceu cá no ano passado, noutro incêndio onde ardeu cerca de um terço da área do termo da freguesia, em que o fogo esteve quase atingir as casas, e a população de braços cruzados, assistia a este espectáculo magnifico. Claro que com esta observação, não quero incluir aqui todo o povo de Maçores. Quero apenas apontar que todos, civicamente, deveríamos de ter todos a obrigação de coadjuvar na defesa dos bens colectivos. Bem se viu, que alguns proprietários enquanto não lhes ardeu o que era deles, não se viram no incêndio. Outros diziam, comodamente sentados nos piais da aldeia, que havia de arder tudo, engraçado é que, quando a outra frente de incêndio, que ardia na zona do Feital, atingiu o que era deles, nada proferiram. Reconheço que acudiram ao incêndio pessoas de Maçores. Ajudaram no combate às chamas de diversas maneiras. Apoiaram as corporações. Fizeram tudo ao seu alcance manifestando o seu interesse para extinguir o fogo. Agora, admito que havia mais pessoas no povo, disponíveis e capacitadas em ajudar e que nada fizeram. É lamentável. Terão algum motivo credível, que possam expor essas pessoas, para justificarem tal recusa de auxílio? Provavelmente, estamos perante um crime. A omissão de auxílio é crime. Afinal existe uma calamidade que poderia culminar na destruição de bens e talvez de pessoas. Será que de futuro, responderão essas mesmas pessoas da mesma forma? Caso arda mais alguma fracção de terra do nosso termo, que já pouco tem que possa arder, irão essas pessoas, que até então ficaram descansadinhas a ver a catástrofe de suas casa, colaborar? Hoje, o Monte Ladeiro, significa o mesmo para mim, como para todos os Maçoranos. Maçores não foi para mim a aldeia que me viu crescer na totalidade. Crescer, cresci em diversos locais. Em Maçores, cresci também, residi lá alguns anos. Vou lá sempre que posso. É lá que me sinto bem. É entre os nossos que gosto de estar, mas, quero estar e sentir-me bem no meio de todos que defendam palmo a palmo, a nossa terra. Espero que no futuro, seja por que motivo for, desde que implique de imediato a acção do Povo de Maçores, estejamos lá, todos juntos e unidos, para solucionar dentro das nossas possibilidades os problemas que nos surjam.

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MensagemAssunto: Re: Relato de um Incêndio   Relato de um  Incêndio Icon_minitimeTer Nov 18, 2008 12:26 am

nunca pensei que maçores tivesse um incendio grande
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MensagemAssunto: Re: Relato de um Incêndio   Relato de um  Incêndio Icon_minitime

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